Entrevista: Paranapiacaba Oficial

 

ENTREVISTA PARA A FANPAGE “PARANAPIACABA OFICIAL” (FACEBOOK) 

Tema: Lendas de Paranapiacaba – Origens 

 

LINK ORIGINAL 

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=145561933640470&id=111524440377553

 

 E - Entrevistador - Jeff 

 Ä - Alexandre Lince – Criador e ilustrador  

(Versões História em Quadrinhos e Livro infantil) 

  U - Ulisses Citrinitti – Co-criador, escritor e ilustrador  

(Versão Literária) 

 

 E - Olá Alexandre e Ulisses, sejam bem-vindo.  

Para começar a entrevista, gostaria que comentassem como nasceu a ideia do projeto, e quais são hoje os diferenciais da obra?  

 

Ä - Olá, agrademos a oportunidade desta entrevista com vocês. Na verdade, essa vontade nasceu quando eu ainda trabalhava como designer e ilustrador para a Universidade Casa de Bruxa em 2006, na época eu tomei conhecimento de algumas lendas e, cheguei a desenhar duas no mesmo período, mas parou por aí e não teve continuidade. Em 2018 eu retomei a vontade de trabalhar com arte e desenho (acabei parando por uns 13 anos), criei um livro de tiras dos meus personagens de Blizys e tirei da gaveta outro projeto, um livro de fábulas que havia iniciado em 2009 e depois de 10 anos, juntamente com Ulisses, finalizamos ele. Depois disso, coloquei na cabeça que também daria continuidade ao projeto das ‘Lendas de Paranapiacaba’.  

Posso dizer que a ideia simplesmente nasceu em mim, eu não escrevi o roteiro, eu fui simplesmente desenhando o storyboard da história e ela ia se contando como uma inspiração para mim. Muitas vezes eu ia dormir já sem mais ideias, e quando acordava eu tinha sonhado com uma sequência e dava continuidade. 

 

Sobre o diferencial, confesso que tudo se tornou novo, eu peguei as lendas existente, vi que muitas nem tinham tanta profundidade, eram simples, algumas contadas em menos de 30 segundos, então quis pegar treze delas e fazer um compilado, unificando todas as histórias em uma única, como se cada uma dependesse de um todo para acontecer, nada ali estava perdido, uma bola de neve que foi desenrolando ao longo do tempo, até os dias atuais. E para isso ainda criei uma nova história que desse sentido as que todas as da vila e assim aconteceu. 

Esse projeto eu planejo fazer em três exemplares, a parte um ‘Origens” parte dois, ‘Consequências’ e a parte final, ‘Relatos’. 

 

  U - Obrigado, Jeff. Que bom que perguntou. Como o Lince disse anteriormente, nós já possuímos uma parceria de muitos  anos. Sendo assim, quando ele me disse ter a ideia de fazer esse compilado das fábulas, com quadrinhos e versão literária, topei em participar. Gosto de escrever, de desenhar, não somente profissionalmente, mas é uma paixão antiga e poder desenvolver essas histórias, me deixou ao mesmo tempo motivado e desafiado. 

Os relatos dessas lendas são tipicamente de forma oral. Obras visuais e literárias servem, acima de tudo, para ajudar a propagar obras. Não fosse esse tipo de produção, muitas peças, relatos e muitos autores sumiriam com o tempo. Os livros (quadrinhos e escrito), não é uma substituição. Eles têm a função de ajudar a divulgar as lendas da Vila, de outra forma que também seja abrangente. Sem desrespeitar a forma tradicional. É como um acréscimo, já que criamos um multiverso, onde todas as lendas são amarradas, dentro de um único contexto que, este sim, se faz o diferencial entre tantas outras formas de contar. 

 

EEm que momento vocês conheceram a Vila de Paranapiacaba e o que mais te atraíram nessa época?  

 

Ä - Tudo começou quando participei da organização da 5ª edição da Convenção de Bruxas e Magos em Paranapiacaba em 2006, foi quando conheci a vila, sua magia, seu encanto, sua energia e eu lembro que tudo que eu olhava era uma novidade, seja de manhã, de tarde, de noite ou mesmo na madrugada, qualquer hora naquela vila, por mais pequena o seu tamanho, é incrível como ela pode surpreender. 

 

Quando você entra na vila e passa na rua do ‘Pau-da-Missa’ ou está diante do trem (locomotiva) no ‘Locobreque’, sua sensação é não estar em São Paulo, é um lugar que as pessoas podem ir para renovar as energias, passear, fazer trilhas, deitar na grama, ver estrelas, acho que cada pessoa ali deve ter uma experiencia diferente e única. 

 

  - Segundo meu irmão mais velho, fomos na vila, quando crianças. Eu não me recordo (risos). Em 2005, eu trabalhei em uma agência de propaganda, onde havia uma revista que cobria eventos da região do ABC. Nela, recebi algumas fotos da vila, fiz um stand com o famoso relógio, mas não havia visitado, ainda. Mas, com meu amigo Alexandre, recordo como a primeira vez em um evento dois anos seguintes, em 2007, onde lançamos um quadrinho.  

O que mais me atraiu, sem dúvida, foi a ambientação típica, da vila inglesa. 

 

E - Sobre a versão em quadrinhos, como foi elaborado cada um dos personagens?  

 

Ä - Contam as lendas, que a noiva, o duende ou o menino da boina branca, entre outros, assombravam a Vila, eu fiz que eles se tornassem guardiões, cada um por seu mérito, com sua habilidade fazendo Paranapiacaba ser tão especial quanto é. Cada personagem se tornou único, e por isso que fiz ela ser parte da coleção ‘Awen’ que são histórias que estão além da razão, que fala sobre intuição, paranormalidade, mediunidade, a conexão do pessoal com o espiritual.  

Além dos personagens das lendas, também tem 3 personagens que fizeram parte da história real (o Barão de Mauá e os Engenheiros Daniel Fox e Frederick Mens) e inclui 7 personagens meus na história que deram toda a profundidade da história acontecer. Desenvolver estes personagens foi extremamente incrível, eu os imaginei, desenhei de um jeito e nas histórias saíram de outro totalmente diferente da sua versão final, então vejo como eles se construíram no desenrolar da história. 

 

  U - A elaboração da trama, seus personagens e inclusões, partiram de autoria do Lince. Minha parte, foi lapidar algumas falas, situações e/ou visual de personagens. Para ter uma linguagem quase uníssona, resolvemos partir de criação compartilhada, mesmo as obras tendo pequenos detalhes diferentes, o principal de ambas permanece o mesmo. Sei que Alexandre é muito bom em criar visual, características e até um pouco de caricatura, em seus personagens. Eu mesmo fiz pouco para mudar, exceto traços históricos, étnicos ou visual de algumas criaturas que vamos inserir na obra. 

 

E - Existe alguma lenda, em especial, que tenha te chamado mais atenção?  

 

Ä - A primeira lenda que tive contato foi o “Pau-da-Missa”, uma das que eu tive mais carinho em criar e desenvolver, esta lenda eu dei o nome de “Árvore das Almas” pois conta a lenda que, quando você bate na árvore três vezes em noite de lua cheia e chama alguém que já desencarnou, ela aparece para você. Nesta lenda eu fiz com que um dos meus personagens, o ‘Céllanus’ que é um ‘Néofilin’ (Um mestiço, meio humano, meio demônio), que tem o poder de abrir portais, em um sacrifício,  deu a sua vida para proteger Paranapiacaba, transferindo seu poder para a árvore, fazendo que ela se torna-se um portal entre o mundo dos vivos e dos mortos. E também me encantei muito com o relógio da torre ser diferente, ao invés dele ter o número quatro em romano “IV” ele é “IIII” pois os ingleses faziam seus relógios assim para manter a simetria, e colocar esses detalhes na história é que fez toda diferença. 

 

  U - Desde que tive contato com a vila e suas histórias, a primeira lenda que conheci e, sem dúvida, é a mais impactante, para mim, é a da noiva. Isso porquê ela é FISICAMENTE próxima das pessoas. Quem conhece a lenda e vê a névoa, não tem como acabar por não se emocionar! E esta também é a mais contada, fora da Vila, em eventos da cidade, inspirados na Vila. Sem dúvida é a lenda mais próxima de nossa realidade, dado os problemas de sociedade, intervenção na felicidade alheia e consequências da interrupção do amor. Ela serve para refletirmos, serve para amedrontar um pouco, mas principalmente, serve para explicar a origem física da névoa que cobre tudo o que se vê, em Paranapiacaba. 

 

E - Ainda em relação aos trabalhos, eles serão também disponibilizados na Internet ou apenas presencialmente?  

 

Ä - Estamos em fase do financiamento coletivo, ou seja, fazendo uma ‘pré-venda’ para levantar o dinheiro necessário para impressão dos exemplares. Nós pretendíamos fazer o lançamento em maio, mas por conta da epidemia, adiamos para julho. Por tanto em julho teremos além das vendas na nossa loja virtual e em algumas lojas físicas que temos de parcerias, além dos eventos que estaremos participando com stand de autógrafos e palestras. 

 

  U - A ideia é termos o material impresso, físico, não virtual. Nas redes você encontra palestras, contos e até mesmo blogs informativos. Não queremos, a princípio nos comparar aos materiais já existentes. A ideia é transmitir pela mídia física, palpável e colecionável, para estimular a leitura, estimular a propagação das lendas e nos diferenciarmos pela mídia e trama. 

Não discutimos sobre algo no futuro, estar publicado ou disponível em rede, mas, como é um trabalho autoral, pode-se perder muito com um “vazamento online”, agora no começo. Somos da velha escola dos quadrinhos físicos e, sem dúvida, nossa paixão por mídia física ainda é melhor. Acredito que a atual geração dá mais valor para as mídias físicas, também. É só ver sucessos literários da atualidade. Mesmo com versões em PDF ou similares, o colecionador, o fã ou até mesmo o habitual leitor, prefere um exemplar em mãos. 

 

Particularmente, eu me sinto muito mais próximo do autor e de sua obra, com um impresso nas mãos. Principalmente se conseguir uma dedicatória, um autógrafo. Isso é algo único! 

 

E - E para encerrar, que conselho você gostaria deixar para aqueles que não conhecem a vila, mas que sentem vontade de conhecer ou trabalhar com ilustração? 

 

Ä - Para quem conhece Paranapiacaba não preciso nem mencionar, sabem que é fantástico, para quem não conhece ou nunca ouvir falar, vá, conheça, explore, vivencie uma experiência, faça uma trilha e guarde com você uma lembrança única. 

Para quem quiser trabalhar com ilustração ou mesmo para a vida, a única coisa que eu digo é, independente dos tombos, levante-se, levante a cabeça e persista, siga sempre seus solhos, independente das pessoas, a sociedade, das diversidades, enfrente os desafios e siga em frente. Acho que o Ulisses pode dizer melhor em relação a aulas de desenhos, pois ele dá aulas e poderá ajudar mais com informações. 

E quem quiser conhecer mais do meu trabalho pode me seguir no Instagram  

nas páginas:  

 

  U - Bom, Jeff.... Essa resposta é bem detalhada, não consigo colocar num único parágrafo, seja escrito ou falado. 

Quem não conhece a vila, tem a oportunidade de conhecer em seus diversos eventos, municipais ou não, que atraem as pessoas para vivenciar momentos, como todo local turístico proporciona. A vila sempre acolhe convenções e encontros, seja do meio esotérico, seja do meio nerd, festivais musicais e de inverno. Sempre tem um bom motivo para se visitar e conhecer os locais e eventos. 

Tem o passeio de trem, o relógio inglês: Símbolo mor, da vila. Tem as casas em madeira da vila de origem inglesa (inspiração). Tem a neblina, os locais dos contos e turísticos. Para quem gosta de algo mais radical, tem trilhas, cachoeiras e demais passeios programados. O ideal é ir com guias, excursões, para conhecer, não se perder e aproveitar o máximo de conhecimento e lazer. Colocamos o máximo possível, dentro das obras, para que as pessoas possam ler, vivenciar e passear na vila, relembrando as Lendas, aproximando obra da realidade. 

Sobre ilustração, desenho, arte em geral, posso dizer que, assim como qualquer carreira, qualquer atividade motora ou intelectual, é necessário treino. Sem treino, sem habilidade e força de vontade, não se chega a lugar algum. Para viver de arte, de ilustração é preciso estudo, percepção e muita certeza do que quer fazer. O caminho pode ser tortuoso, devido a origem da pessoa, pode ser facilitado, caso haja finanças para cursos, mas, no final, o resultado é que conta.  

A ilustração é um meio de comunicar-se por meio de imagem(ns). Quanto mais se dedicar, mais hábil será o(a) ilustrador(a) em suas obras. Procure divulgar seu trabalho, procure mostrar que está no mercado. Não tope fazer trabalhos baratos, para “entrar no mercado”, acredite, não funciona. Não ache que tudo o que fizer será uma obra de arte ou uma obra prima contemporânea. Nem sempre acertamos de primeira. Participe de concursos, participe de eventos, acredite em si e seja humilde para aprender, hábil para fazer e inteligente para se reconhecer apto ou não a aceitar trabalhos. 

Boa parte dos meus trabalhos estão espalhados em várias áreas que atuo, como Desenhista, Designer Gráfico, Artista Plástico, Gráfico, Professor de Desenho e área de Comunicação Visual.  

Você pode encontrar-me nas redes sociais:  

Instagram: Ulisses_trinity 

Facebook: Trinity imagens  

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Animais Brasileiros Desenhos 

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